Uma das questões fundamentais para que um escritor escreva um bom livro são os personagens que participam de toda a trama. O protagonista, deve passar por situações onde ele interage com aliados e inimigos. Dessa maneira, é importante que se construa elementos reais, com características psicológicas distintas.

Por essa razão, é conveniente que o escritor conheça muitas pessoas, e que observe como elas são, de vários pontos de vista, no intuito de criar personagens condizentes com a realidade. Sendo assim, os elementos participantes da história devem gerar várias emoções ao leitor, como por exemplo, força, ou ainda, medo.

Um livro para ser bom, deve primeiramente ter um enredo satisfatório, uma história que prenda o leitor. É preciso que haja conflitos e reviravoltas. Porém, o mais importante, seja em um conto, novela ou romance, é ter personagens com características diferenciadas, apaixonantes, alguém que elimine obstáculos.

O herói, que pode ser homem ou mulher, deve ter uma ligação com o público leitor. É preciso gerar uma identificação, de modo que a pessoa que está lendo, se imagine participando da história. O protagonista precisa se superar através de toda a trama, suportando perigos e dificuldades.

Processo natural

Para um grande número de escritores, criar um personagem é um processo natural, espontâneo. É possível começar a sua criação com algumas características básicas, além de fazer com que o narrador, no caso, se torne apenas um observador. O protagonista então,acaba por ganhar vida através das palavras.

No entanto, nem todos têm essa facilidade. Muitas vezes, o autor demora anos até conseguir criar um personagem de seu agrado. Há, de fato, bastante dificuldade de se criar um elemento realista, com características psicológicas condizentes com a realidade, de modo a apresentar uma personalidade marcante.

Uma boa dica é perguntar algumas questões a seu personagem, pensando no que ele poderia dizer sobre algum assunto. Deve-se desenvolver suas características, e descobrir informações relevantes a seu respeito. O autor deve levar a sua construção a sério, pois é a partir dos personagens que a trama é construída.

Veremos abaixo algumas dicas para se construir um personagem:

Pense qual é o papel do personagem na trama

O primeiro passo na construção do personagem é observar qual é seu papel em todo o enredo. É preciso que ele se encaixe na narrativa. Existem alguns elementos básicos em uma história, como o protagonista, co-protagonista, antagonista, coadjuvante e o figurante, cada um com a sua importância.

Como todos sabemos, o protagonista é o personagem mais importante da história. Normalmente o livro gira em torno desse elemento, e de suas ações. Os co-protagonistas também são relevantes, porém um pouco menos. O antagonista se opõe ao protagonista, que pode ou não ser o vilão.

Os coadjuvantes são personagens menos importantes. Eles estão no enredo, porém, seu papel é menor em todo o livro. Eles podem, no entanto, ter um papel simbólico na história, pode ser aquele elemento crucial para que o protagonista consiga lutar contra seus obstáculos e seus inimigos.

Os figurantes são como nos filmes que você já deve ter visto. Eles aparecem em uma cena da história, podem participar de alguma trama durante a narrativa, mas sua presença não tem a mesma significância de outros personagens. De fato, os leitores não precisam saber muito sobre estes elementos.

Distinção entre os personagens

Todos estes cinco elementos podem ser divididos em duas categorias. Eles podem ser personagens complexos ou rasos. É importante observar que quanto maior a importância de um personagem na história, mais complexo ele deve ser, tanto em suas características físicas, quanto psicológicas.

O autor deve compreender qual o papel do personagem na narrativa, de forma que ele possa ter emitente qual o seu foco, caracterizando o elemento de uma maneira adequada. O protagonista, ou o herói, tem que participar ativamente do enredo. Desse modo, toda a história, suas cenas, giram em torno deste elemento.

Se você escrever uma história sob o ponto de vista de cinco personagens, você estará contando cinco histórias distintas. No caso de ficção, o protagonista pode influenciar todos os eventos do enredo, os modelando assim que avança na narrativa. Dependendo do personagem,ele pode até indicar o gênero do livro.

Outra questão importante, é a de que é preciso medir as informações sobre o personagem que o escritor irá passar ao leitor. É preciso conhecê-lo a fundo. Entretanto, deve-se apresentar apenas um pouco sobre ele na história. Caso contrário, o livro ficará muito denso e sem o foco necessário para a narrativa.

Personagens importantes

Os co-protagonistas são personagens quase tão importantes quanto os protagonistas em algumas ocasiões. No entanto, eles podem ter um papel próximo ao dos coadjuvantes. O que os diferencia, na realidade, é sua importância na narrativa, na história em questão.

Em alguns livros, os co-protagonistas acabam por ter uma maior importância em algumas cenas da história. Pode-se até escrever um capítulo inteiro sobre eles. Seu ponto de vista assume um grande valor para o enredo. É preciso valorizar estes elementos para que a história seja reconhecida.

Ademais, o enredo principal do livro precisa girar em torno do protagonista. Porém, é preciso que a história tenha subenredos, dedicados a estes co-protagonistas, além também de não se esquecer do antagonista, o vilão. Por essa razão, as características desses personagens devem ser complexas.  

O leitor, ao conhecer a história, seja ela de ficção científica, policial, de horror, fantástica, ou qualquer outro assunto, precisa conhecer estes personagens profundamente, observar quais são seus sentimentos, suas motivações e aspirações. Ele precisa se identificar com elas.

Personagens rasos  

Normalmente os personagens rasos não possuem um destaque na narrativa. É bastante inusitada a presença de coadjuvantes em um capítulo dedicado a eles. Quando a atenção se volta a esses elementos, pode ser para ocupar uma posição de objeto, visto que ele não participa ativamente do enredo.

Porém, tanto os coadjuvantes, quanto os figurantes, podem aparecer durante a história com um papel crucial no livro. Ele pode ajudar o protagonista dando alguma informação ou passando a ele algum objeto importante para que o herói consiga vencer o vilão, por exemplo.

Criando um personagem complexo

De certa forma, um personagem complexo deve ser como uma pessoa é de verdade. Ele precisa ter algumas características como defeitos, qualidades, opiniões próprias, atitudes, e a capacidade de amadurecer, crescer e se desenvolver durante toda a trama exposta no livro. É o chamado “desenvolvimento de personagem”.

Uma boa dica para começar a criar o personagem é pensar em um estereótipo, uma qualidade. Depois, pode-se incluir vários aspectos, até que o elemento se torne multifacetado. Anote as principais características que vêm à mente. Faça uma análise de todas as informações colocadas no papel. Depois, descreva o personagem em uma única frase.

Observe suas características positivas e negativas. É preciso buscar um equilíbrio nesta questão. Pode-se falar que seu personagem é um dono de um bar mal encarado, que gosta de quadros antigos. Dessa maneira, pode-se utilizar esta informação para ligar um personagem a outro. Um dono de um quadro famoso vai ao bar e conversa com o dono, por exemplo.

Os personagens rasos, podem ser apenas estereótipos, não é preciso se aprofundar muito neles. Uma boa dica é dar algumas características próprias aos protagonistas que são opostas aos antagonistas. É preciso pensar em como os personagens interagem, cada um com sua característica distinta.

Apresentando o personagem aos leitores

Quando conhecemos uma pessoa, normalmente vemos algumas características como sua aparência, a roupa que está usando, seu tom de voz. Acabamos por julgar as suas atitudes. No momento em que o personagem foi concebido, ele não era nada além do que um estereótipo.

As características do personagem devem ser pouco a pouco desenvolvidas. Quando for apresentar o personagem ao leitor, é importante que o processo seja o mesmo de quando conhecemos alguém. Deve-se apresentar uma característica marcante do elemento, algo que dá para se reparar logo no início.

Podemos citar os livros de romance, onde os personagens, ao se conhecerem acabam por passar por uma situação inusitada. De repente, eles se aproximam e veem que possuem muita coisa em comum. Eles podem até mesmo se apaixonar á primeira vista. Pode-se fazer com que o leitor odeie o cara assim como a moça da história, por exemplo. Depois ela acaba por ver que ele não era tão mal assim.

Os personagens mais complexos devem ter um passado que possa justificar as suas atitudes no presente e a sua personalidade. Eles devem ser motivados e ter obstáculos a serem superados, além de objetivos. Antes de criar um elemento para a sua história, é preciso pensar em todos os seus aspectos e o que revelar ao leitor. Não se pode esquecer: evite o excesso de informações.    

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