Meu nome é Felipe dos Santos. Sou um engenheiro que trabalha com mineração de ferro em Belo Horizonte, Minas Gerais há mais de 12 anos. Estamos no mês de agosto de 2033. O ano passou rápido, e minha vida mudou, principalmente depois do que aconteceu comigo. Não há meios de explicar em poucas palavras. Espero que depois de ler este meu relato você entenda o que está acontecendo e como eu lutei pela liberdade de nosso povo. Segue abaixo a minha história.
Tudo começou a dois dias atrás. Estava trabalhando em uma mina na cidade de Nova Lima, perto da capital. Ela é enorme com mais de 15 caminhões gigantes levando minério todos os dias. Como todos sabem, há alguns anos houveram três importantes acontecimentos relacionados à mineração que foram considerados desastres ambientais. Pois bem, uma das minhas atividades era assegurar que tudo funcionasse bem, evitando quaisquer problemas parecidos.
Essa mina era bastante especial, visto que o minério era vendido para uma grande companhia do Japão, o que dava um ótimo lucro, sem dizer bilionário, para os donos. Meu chefe um dia me chamou para participar de uma reunião com ele e os acionistas japoneses. Eles queriam desenvolver a parceria, o que poderia gerar um lucro ainda maior. Eu aceitei o chamado, meu patrão, senhor Adalberto Farias ficou satisfeito, queria ajudar em minha carreira.
A reunião durou cerca de duas horas. Um intérprete foi chamado para que pudéssemos entender o que os japoneses estavam falando. Estava tudo indo bem, até que em um determinado momento, um dos acionistas olhou para o outro e sorriu. Pareceu coisa de um segundo, mas pude ver saindo de seus lábios uma língua que se parecia com a de um lagarto. Achei que fosse coisa da minha cabeça, que estava ficando louco, até que outro dos japoneses fez a mesma coisa.
Eu comecei a prestar mais atenção nos dois e no final da reunião eu vi que um deles, em um determinado momento, olhou para o outro. Seus olhos ficaram vermelhos como brasa. Aquilo não poderia ser verdade, os acionistas não pareciam ser desse mundo. Fiquei na reunião tentando ver mais alguma coisa e acabei não prestando a devida atenção ao negócio que estava sendo feito. Eles estavam comprando a mineradora inteira. Meu chefe depois do encontro pediu para eu fazer um serviço para ele na garagem.
Ele saiu com os dois japoneses pelos corredores do escritório. Eu preferi esperar um pouco para ver onde os três estavam indo. Até que eles entraram em um setor que era secreto, que a empresa utilizava para pesquisas sobre os minerais e coisas do tipo. Eu fiquei um pouco atrás, escondido onde havia uma escada, para eles não me verem. De repente Lúcia, a secretária, pôs a mão em meu ombro e perguntou o que estava fazendo ali. Eu disse que estava apenas descansando.
A imagem dos dois japoneses não saía da minha cabeça. Eu conversei com meu chefe para tentar obter maiores informações. Ele me falou que era uma negociação normal, que iriam vender a mineradora. Eu o acompanhei até a porta do setor proibido, fingindo que não estava vendo, mas pude observar qual era o código de entrada. Eram os números 23659821.
Me despedi e voltei para o meu setor. Estava realmente curioso para saber o que havia naquele lugar, e porque os dois japoneses foram para lá. Esperei o final do expediente, às seis e meia da tarde, e corri até a porta. Olhei para ver se ninguém estava por perto e entrei. Quando eu vi o que era realmente o setor de pesquisa mineradora eu quase caí para trás. Ele se parecia com um hangar, com umas trinta pessoas trabalhando, a grande maioria japoneses.
Havia uma dúzia de computadores altamente tecnológicos, uma sala de reunião, e no centro, um tablado estranho, cinza, bem grande. Decidi me esconder atrás de alguns caixotes que havia perto da parede. Foi quando eu vi dois japoneses indo até o centro do hagar no tablado. Eles estavam usando um terno e cada um possuía uma pasta. De repente, os dois olharam para cima, uma luz saiu do teto e os iluminou.
Do nada eles desapareceram, como se tivessem sido teletransportados. Eu queria saber o que estava acontecendo, então criei coragem, corri até o tablado e olhei para cima. A luz então me iluminou, eu senti meu corpo se desintegrar e subir aos céus. Realmente estava indo para algum lugar, mas não sabia para onde.
Acho que depois de uns três minutos, eu apareci em um outro local. Não estava mais em um hangar, aquilo parecia ser uma sala de controle com várias pessoas conversando, algumas sentadas em frente a um computador. Em um determinado momento, uma outra pessoa surgiu do nada, que devia estar vindo do hangar, ela esbarrou em mim e quase caí no chão. Ela perguntou se eu era o novo piloto ou o analista. Eu disse que era um piloto e ele me indicou uma porta.
Eu fui até ela e a abri. Me deparei com uma pista enorme, quase vazia. Decidi seguir em frente e ir até o final. Foi quando me deparei com algo surpreendente, as nuvens no céu não eram feitas de gases como pensávamos, elas eram como um tipo de aeronave. Embaixo delas havia alguns tentáculos que ficavam se mexendo no ar. Parecia que eu estava em uma nave extraterrestre. Naquele momento percebi que existia vida fora da Terra. O que seres de outro planeta estavam fazendo ali?
Então eu retornei, entrei na sala e vi meu chefe do outro lado conversando com os dois japoneses. Decidi segui-los. Eles entraram em um galpão onde estava tendo uma reunião com mais de 50 pessoas. Havia um homem falando para eles. Ele não escondia, de seus lábios saíam uma língua que parecia ser de uma cobra. Eu entrei no galpão mas fiquei perto da parede, para ninguém perceber minha presença. O homem falou que eles estavam na Terra há mais de 300 anos.
Todos ouviam ele com bastante atenção. Em um determinado momento o homem disse que os recursos naturais do planeta estavam acabando, e que era a hora deles saírem da Terra. Todas as pessoas bateram palmas. Ele levantou as mãos e começou a falar que dessa vez levariam com eles uma parcela da população mundial, que se tornariam escravas em um outro lugar. O restante da humanidade seria assassinada e o planeta seria deixado à míngua.
De repente, um dos guardas apareceu e perguntou o que eu estava fazendo ali. Eu lhe dei um soco na cara e consegui roubar sua arma, um revólver estranho. Todas as pessoas que estavam na reunião me viram e correram atrás de mim. Decidi correr até a porta que dava para a pista e fui até o final. Na borda eu dei um salto e cai em cima daquelas nuvens esquisitas. Fui até o meio delas e encontrei um tipo de entrada. Era realmente uma nave espacial.
Dentro da nave havia mais alguém, eu apontei minha arma para ele e perguntei o que ele estava fazendo. Eles utilizavam aquela nave para controlar as pessoas que trabalhavam na mineração. Dos tentáculos abaixo das naves saíam raios estranhos que controlam as mentes dos trabalhadores que não sabiam que estavam levando minério até um balcão e que de lá eles iam para o espaço. Para essas pessoas era mais um dia de trabalho normal. Enquanto o ET guiava a nave eu gravei tudo pelo celular.
Em um determinado momento o alienígena foi chamado pelo rádio. Eram os guardas querendo saber o que estava acontecendo e porque ele saiu de seu itinerário. Eu peguei o rádio e disse que iria contar para toda a humanidade sobre o que estava acontecendo. Perguntei para o alienígena como fazer para voar com a nave. Ele me explicou e peguei a arma e bati com ela em sua cabeça. Ele desmaiou rapidamente. Comecei então a dirigir aquela máquina voadora.
Eu fui bastante rápido, desci algumas centenas de metros antes das naves dos guardas irem ao meu encontro. Corri o mais rápido que pude, parecia que os tinha despistado. Passei por toda a cidade e desci a nave em um matagal onde algumas crianças estavam jogando bola. Elas se assustaram vendo uma pequena nuvem descer até o chão. Saí da nave e as cumprimentei, seguindo meu caminho.
Agora estou em casa, escrevendo essa história para que todos vocês saibam o que está acontecendo. Junto ao texto anexei um vídeo que mostra todo o lugar, a nave espacial em forma de nuvem, e a nave mãe. Espero que vocês vejam e, como eu, procurem lutar contra esses alienígenas que desejam escravizar todos nós e acabar com todo o planeta.
Me despeço, é hora de ir, acho que os guardas estão batendo à porta…