O chapéu mágico

Antônio de Abreu era um policial civil que trabalhava na cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais, no Brasil. No seu dia a dia ele buscava solucionar casos de assassinato na capital. Um dia ele foi chamado para ir até um prédio no centro da cidade, onde havia acontecido uma morte. Era cerca de cinco horas da tarde. Mesmo com bastante trânsito, ele conseguiu chegar no local antes de escurecer,  entrou no apartamento e viu alguns policiais em volta do corpo.

Por sorte a polícia militar havia encontrado o assassino, visto que ele havia fugido do prédio com uma arma na mão e deu de encontro com os policiais na esquina. Antônio ficou um pouco chateado, já que havia sido chamado à toa, pois o caso estava solucionado. Ao que parecia, o homem havia sido assassinado por conta de uma dívida. Antônio já ia embora quando encontrou um chapéu preto com algumas inscrições em volta dele. Ele decidiu pegá-lo, havia algo estranho nele.

Já era tarde e Antônio decidiu ir logo para casa, já que era uma sexta-feira. No outro dia, ele foi até um posto de gasolina que ficava a três quarteirões do prédio em que morava. Ele costumava comprar cigarros no lugar. Antônio colocou o chapéu para se proteger do sol. De repente, algo estranho aconteceu. Ele começou a ter algumas visões e pensou que estava louco, já que não via mais o posto de gasolina. Ele estava vendo uma senhora atravessando a avenida em frente, e sendo atropelada por um táxi. Aquilo era muito estranho e então tirou o chapéu.

Antônio comprou seu cigarro no posto de gasolina. Ele queria chegar logo em casa. Até que em um momento, ao atravessar a avenida, viu à sua frente uma senhora. Ela também queria ir para o outro lado, mas acabou sendo atropelada por um táxi. Ele viu tudo aquilo e correu para ajudar, mas a mulher estava morta. Então percebeu que o que presenciou anteriormente era uma visão do futuro, da morte de uma pessoa.

Ele percebeu que o chapéu o fizera ter aquela visão. Antônio o pegou e olhou os desenhos escritos nele, pareciam ser de uma outra língua, que não entendia. Ele foi para casa descansar, e acabou esquecendo do assunto. No dia seguinte se levantou, fez um café, e viu o chapéu em cima do sofá. Ele pegou o objeto, viu os desenhos e o colocou na cabeça. Na mesma hora teve uma outra visão. Ele viu um homem, no Parque Municipal, no centro da cidade, sendo assassinado e conseguiu observar um grande relógio, marcando às 15h30.

Depois de um tempo, cercado de dúvidas, Antônio saiu de seu prédio, pegou seu carro e foi correndo até o parque. Era três horas da tarde, ainda havia tempo para salvar o homem. O parque ficava no centro da cidade e como era domingo Antônio encontrou uma grande feira que ficava na avenida. Ele decidiu deixar o carro no meio da rua e saiu correndo até a entrada pois já conhecia o lugar. Então correu até uma parte do parque onde havia alguns brinquedos de criança. Entretanto não conseguiu chegar na hora. Ele viu um vendedor de balas que trabalhava no lugar dar uma facada em um homem.

Mesmo assim Antônio pegou o vendedor de balas, tirou a faca de suas mãos e o prendeu. A Polícia Militar chegou no lugar em pouco tempo. Ele então sentou-se em um banco do parque e pensou no que estava acontecendo. Aquele chapéu conseguia prever a morte das pessoas. Através daquele objetivo conseguia ver tudo. Ele voltou para casa pensativo e decidiu experimentar o chapéu de novo para ter mais uma visão. Antônio queria ter certeza de que não estava ficando louco.

Ele chegou em seu apartamento e pegou o chapéu, colocando-o em sua cabeça. Dessa vez viu uma mulher em um grande shopping, que ficava na região da Savassi, bastante conhecida pelos habitantes de Belo Horizonte. Ela estava na praça de alimentação do lugar e de uma hora para outra passou mal. Ele podia ver aquilo, parecia ser um ataque do coração. Na visão dele também viu um relógio, marcando as seis horas da tarde.

Dessa vez foi rápido, Antônio saiu de seu apartamento e foi para o shopping. Havia bastante tempo, então respirou fundo e entrou no lugar, indo direto para a praça de alimentação. Antes mesmo do ocorrido ele pegou seu celular e ligou para uma ambulância dizendo que uma mulher estava passando mal no shopping. Eles chegaram na mesma hora que uma senhora de idade, que estava fazendo um lanche junto a algumas crianças começou a passar mal e foi prontamente atendida. Ele conseguiu salvá-la a tempo.

Depois desse ocorrido Antônio decidiu pedir umas férias para o departamento da Polícia Civil. Ele passou duas semanas salvando várias pessoas de acidentes de carro, de assassinato, atropelamento, suicídio, e muitos outros casos. Ele estava de certa forma satisfeito com aquele chapéu, que o permitia salvar vidas se chegasse a tempo. Para Antônio, ele estava se transformando em um super herói. Ele sabia, no entanto, que não era invencível, mas o chapéu lhe dava poder.

Era uma terça-feira. Antônio havia decidido que nesse dia iria descansar. Ele passou a manhã toda assistindo televisão. Até que ficou entediado, e colocou o chapéu mágico em sua cabeça. Então teve uma grande visão. Um ladrão em uma livraria deu um tiro em uma pessoa. Antônio não conseguiu ver a sua cara. Ele achou estranho pois estava usando um chapéu parecido com o dele. Novamente, ele conseguiu ver um relógio que ficava no local, e teria 20 minutos para chegar na livraria. Sorte que reconheceu o lugar, que também ficava no centro da cidade.

Antonio pegou seu carro e correu o máximo que pôde. No caminho até a livraria ele quase teve um acidente. Por fim chegou lá faltando cinco minutos. Ele entrou na livraria e procurou pelo assassino e não o encontrou. Aí foi conversar com o atendente, para saber se havia algo de errado. De repente, um homem com um capuz preto apareceu na loja, apontou um revólver para Antônio, deu dois tiros em seu peito e saiu correndo. O homem assassinado em sua visão era ele mesmo.

Um garoto entrou na livraria, viu um corpo estendido no chão e um chapéu a um metro de distância. Ele o pegou e foi comprar um livro…

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